terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Estado de saúde do cineasta Fábio Barreto ainda é grave



RIO - O cineasta Fábio Barreto passou por uma cirurgia na manhã desta segunda-feira para introdução de um cateter no cérebro a fim de ajudar a irrigação do órgão, controlar a pressão intracraniana e a reduzir edema cerebral. Segundo o médico Paulo Niemeyer, a operação correu sem complicações. O quadro de saúde de Fábio Barreto apresentou uma evolução positiva, de acordo com uma tomografia realizada às 5h30, que detectou redução dos edemas no cérebro. No entanto, os médicos consideram que o estado do diretor ainda é grave, mas estável. Na tarde de segunda, Barreto, que dirigiu o filme "Lula, o filho do Brasil", foi submetido a uma traqueostomia para auxiliar na respiração e, segundo os médicos, o procedimento foi realizado sem problemas.

Fábio Barreto, de 52 anos, sofreu um acidente de carro na noite de sábado, em Botafogo, zona sul do Rio, e teve traumatismo craniano . Ele está internado no hospital Copa D'or, em Copacabana, em coma induzido.

O neurocirurgião afirmou que ainda é cedo para se falar em sequelas por causa do acidente. Na manhã de segunda-feira, a família do cineasta - que inclui os pais Luiz Carlos e Lucy Barreto, além da irmã Paula - recebeu mais visitas, como a do jornalista Zuenir Ventura, que não quis falar com a imprensa. No domingo, passaram pelo hospital as atrizes Patrícia Pillar e Cristiane Oliveira, que trabalharam em filmes do diretor, além de Orlando Moraes, marido da atriz Glória Pires, que protagoniza o mais recente longa de Fábio Barreto, "Lula, o filho do Brasil".

O filme, que estreia no circuito 1º de janeiro, teve sua sessão especial mantida nesta terça-feira, em Porto Alegre. Será uma pré-estreia fechada para sindicalistas do Rio Grande do Sul, às 14h, com presença do ator principal, Rui Ricardo Dias.

De acordo com Niemeyer, Fábio Barreto deve permanecer em coma induzido de uma semana a dez dias. O cineasta capotou com sua Pajero Mitsubishi dourada em Botafogo, na Rua Real Grandeza, próximo ao acesso do Túnel Velho, por volta das 22h do sábado. Segundo a assessoria de imprensa da família, Fábio Barreto voltava do aeroporto internacional. O cineasta havia tentado viajar para o Piauí, onde encontraria a esposa, a atriz Deborah Kalume, e o filho João, de 4 anos, mas não conseguiu embarcar.

Fábio começou a trabalhar como diretor de cinema em 1977, fazendo curta-metragens. Seu primeiro longa, em 1984, foi "Índia, a filha do sol", com Gloria Pires. Desde então, o cineasta já dirigiu 13 filmes, entre eles "O quatrilho", que concorreu ao Oscar. O que causou mais polêmica foi "Lula, o filho do Brasil", baseado no livro de Denise Paraná. O longa conta a história da vida do presidente na época do sindicalismo e recebeu R$ 10,8 milhões de empresas que têm negócios com o governo.

Além disso, na pré-estreia em Brasília - da qual participou a primeira-dama, dona Marisa - o número de convites distribuídos superou a capacidade da sala de exibição, provocando tumulto . Aliados presentes à exibição admitiram que o filme fortalece Lula - que tenta emplacar a ministra Dilma Rousseff como sua sucessora na Presidência da República.

(Jornal Extra)

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