No dia em que o acidente que matou três mulheres na Ponte JK completa dois anos, familiares de vítimas da violência no trânsito foram até o local protestar contra a impunidade dos motoristas responsáveis por desastres nas ruas da capital federal. Desde 8h desta terça-feira (6/10), cerca de 50 manifestantes percorrem toda extensão da ponte com cartazes e faixas.
Apenas uma faixa da via está interditada para o protesto, no sentido Plano Piloto-Lago Sul. O trânsito, neste sentido, está tranquilo. No entanto, quem segue do Lago Sul para o Plano Piloto encontra pontos de retenção. A lentidão é provocada pela curiosidade dos motoristas, que diminuem a velocidade para ver a manifestação.
Dois anos de dor
O economista Luiz Cláudio de Vasconcelos perdeu a esposa, Antônia Maria de Vasconcelos, a cunhada, Altair Barreto de Paiva e a amiga Cíntia Cysneiros no acidente ocorrido na Ponte JK há dois anos. O acusado de causar a tragédia, o ex-professor de educação física Paulo César Timponi, foi beneficiado recentemente por uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que alterou de homicídio doloso (com intenção de matar) para culposo (sem intenção) a acusação contra ele. Timponi, que estava preso na Papuda, foi solto em setembro.
Luiz Cláudio indigna-se com a impunidade na morte de sua mulher. “O sentimento que passa é que nós, as vítimas, somos culpados pela morte. Até hoje, os únicos condenados fomos nós, porque os verdadeiros estão soltos”.
Famílias
Participam do protesto na Ponte JK junto com ele e sua família os pais e os parentes de Pedro Davison, o biólogo morto quando estava de bicicleta no Eixão Sul em 2006 aos 25 anos; de Giovanna Vitória de Assis, 5 anos, que morreu atropelada em Planaltina no ano passado; e do estudante Pedro Gonçalves da Costa, 16, atropelado em junho deste ano na W3 Sul. Nos três casos, os motoristas estavam embriagados. Entidades brasilienses defensoras da paz no trânsito também participarão da manifestação.
Acidente
Em 6 de outubro de 2007, um Golf cinza dirigido por Timponi bateu na traseira do Corolla de Luiz Cláudio de Vasconcelos. Ele voltava das compras com a esposa, Antônia Maria de Vasconcelos, a cunhada, Altair Barreto de Paiva, e com o casal de amigos Cíntia Cysneiros e Cássio Resende. As três mulheres, que estavam no banco de trás, foram lançadas para fora do carro e morreram na hora. Paulo César estaria participando de um "racha" e trafegaria a mais de 130 km/h quando bateu.
(Correio Braziliense)
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