Estudo está baseado em mortes registradas pelo Ministério da Saúde entre os anos de 2005 e 2007
Com cerca de 65 mil habitantes e cortada pela perigosa BR-386, Lajeado, no Vale do Taquari, é o município gaúcho que registra o maior índice de mortes no trânsito por 100 mil habitantes no Estado.
A informação está em um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que leva em consideração mortes em acidentes documentadas pelo Ministério da Saúde.
Denominado Mapeamento das Mortes por Acidente de Trânsito no Brasil, o estudo realizado por técnicos da CNM também cruza o número de mortes nas estradas com a frota de veículos e a população de todas as capitais e Estados do país, comparando os números de 2005 a 2007.
No Estado, Lajeado com 34,3 mortes para cada 100 mil habitantes lidera o indesejável ranking, seguido por Venâncio Aires (31,3), Montenegro (28,8), Bento Gonçalves (26), Sapiranga (24,7) e Passo Fundo (24,4). Das 20 cidades com o trânsito mais letal no Rio Grande do Sul, Uruguaiana (15,2), Gravataí (14,8), Canoas (14,1), Porto Alegre (13,3) e Alvorada (9) apresentam as menores taxas.
O levantamento sugere, ainda, que o número de mortes seja bem maior que o divulgado pelas estatísticas oficiais. Enquanto o DataSUS (banco de dados do Ministério da Saúde) contabiliza 37.407 mortes no país, em 2007, o DPVAT – seguro obrigatório destinado às vítimas do rânsito – aponta 57.116 óbitos no mesmo período.
Um outro dado revelador é o destaque negativo das capitais do Norte e Nordeste, que concentram os principais índices de óbitos na relação morte versus frota. Enquanto São Paulo tem 3,17 mortes para cada 10 mil veículos, Macapá apresenta 14,7 para a mesma relação. Boa Vista, Porto Velho, Maceió e Teresina também destacam-se negativamente. Conforme o gaúcho Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, o estudo tem o objetivo de municiar com informações prefeitos do país.
– A União precisa investir em infraestrutura. Não adianta incentivar a compra de veículos se as vias continuam com as mesmas dimensões – diz Ziulkoski.
A alta velocidade e a imprudência dos motoristas foram apontados como fatores determinantes por Polícia Rodoviária Federal (PRF), Brigada Militar e Departamento de Trânsito do município, como alguns dos principais motivos pelo índice registrado em Lajeado. Para o coordenador do Departamento de Trânsito de Lajeado, Luis Felipe Finckler, o município acaba integrando os altos índices em função dos acidentes nas rodovias.
– Nosso município é cortado por diversas rodovias, isso influencia muito nos índices – explica.
Como medida para reduzir o número de vítimas fatais no trânsito, a PRF de Lajeado intensificou, desde junho do ano passado, a utilização do radar móvel nos locais com maior índice de acidentes na BR-386.
– Depois que prolongamos o tempo de uso do radar em um trecho de oito quilômetros da rodovia, que tinha o maior índice de acidentes, não tivemos mais nenhuma vítima fatal até o momento – afirma o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da 4ª Delegacia da PRF, Leandro Wachholz.
ZEROHORA.COM - *Colaborou Leticia Mendes
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