quinta-feira, 1 de abril de 2010

Espirito Santo: Falta de cinto de segurança: no banco de trás, perigo é maior

A maior parte dos ferimentos e das mortes no trânsito poderia ser evitada com o uso do cinto de segurança, mas motoristas e passageiros ainda costumam ignorar o acessório, principalmente os caronas do banco de trás do veículo, que não sabem o perigo que correm. No caso de acidentes em que todas as pessoas no veículo estão sem o cinto de segurança, os passageiros no banco traseiro vão sofrer um impacto cinco vezes maior do que o condutor ou o carona que está na parte da frente do carro.
E muitas pessoas no Estado têm assumido correr esse risco. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, 62,8% dos capixabas não têm o hábito de utilizar o cinto de segurança no banco de trás do veículo. Desse total, 39,9% nunca usam o cinto, e 22,9% só usam às vezes ou raramente. A estatística muda quando se trata de passageiros no banco da frente: 71,2% dos capixabas sempre utilizam o acessório.
“Ao contrário do entendimento popular, quem mais sofre lesões nos acidentes é o passageiro que está no banco de trás. A pessoa pode ser lançada para fora do carro, ser projetada contra a estrutura interna do veículo e sofrer danos mais graves”, alerta a presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego Espírito Santo (Abramet-ES), Maria Cristina Santos Carvalho, os dados são preocupantes.
Para evitar lesões durante um acidente de trânsito, o motorista também deve saber utilizar o cinto de segurança de forma correta. É preciso observar a altura e o peso da pessoa e também certificar a validade do cinto.
 “O ideal é o cinto de três pontos, porque oferece maior proteção. Em caso de o corpo ser inclinado para frente, esse mecanismo evita a ruptura de órgãos intra-abdominais e toráxicos. O cinto serve para preservar vidas humanas e todos no veículo devem utilizá-lo”, ressalta Maria Cristina.
Como usar
Posição
Sente-se com a coluna ereta fazendo um ângulo de 90° com as pernas. Quanto à faixa transversal, cuide para ela passe pelo meio do ombro sem encostar no pescoço, para evitar risco de enforcamento em caso de colisão.
Cinto
Deve ficar bem travado. Não pode haver folgas, mas o equipamento não pode ficar muito apertado, porque, em caso de acidentes, isso pode provocar escoriações (lesões leves). As gestantes devem utilizar sempre o cinto de três pontas.
Capixaba anda mais de bicicleta que os vizinhos da Região Sudeste
A bicicleta é sempre uma boa pedida para o lazer, mas a cada dia aumenta o número de pessoas que a utilizam para outras atividades do cotidiano. Prova disso é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, que constatou que 38,8% dos capixabas costumam pedalar ou ir a pé para o trabalho.
O percentual é maior, inclusive, do que a média nacional, de 33,7%, e da Região Sudeste, de 27,2%. O integrante do movimento Bicicletada no Estado Filipe Borba diz que, apesar da estatística, ainda não há uma política para ampliar as ciclovias na Grande Vitória.
“Isso é uma pena. Vitória, por exemplo, é uma ilha, uma cidade pequena onde, de bicicleta, podemos chegar facilmente a todos os pontos”, destaca.
O grupo se reúne toda última sexta-feira do mês ao lado da antiga Ponte da Passagem. Dali, partem juntos para pedalar pela Capital, sempre por volta das 19 horas.
O movimento surgiu tímido em 2008, mas vem crescendo a cada mês de realização. “Hoje, já contamos com uma média de 70 participantes, e o número está aumentando. A ideia é se unir para pedalar, divulgar a bicicleta como um meio de transporte e criar condições favoráveis para o uso nas ruas da cidade”, diz Borba.
Hábito diário saudável, mas arriscado
Todos os dias, o pedreiro Paulo Sérgio da Silva, 39 anos, pega a sua bicicleta e sai de casa, de Resistência, rumo ao Bairro República, em Vitória. Para ele, ir trabalhar de bicicleta é um ritual gostoso, que leva sempre no máximo 30 minutos. “Eu recebo o passe de ônibus da empresa, mas nunca uso. Outro dia, fui de coletivo e demorei uma hora e meia para voltar para casa, não vale a pena”, conta. O pedreiro usa a “magrela” sempre que pode. “Se tivesse ciclovia para eu ir para Vila Velha de bicicleta eu iria, mas não tem jeito. Sou acostumado desde criança”, afirma Paulo. Apesar da paixão pelo transporte de duas rodas, ele diz que é preciso ter cuidado, já que há trajetos perigosos. “Já fui atropelado duas vezes, mas nada de grave aconteceu. Infelizmente, não há condições seguras para o ciclista na cidade”, afirma.
A Gazeta Online

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