Para enfrentar o problema gigante do trânsito na Região Metropolitana, começa a sair do papel hoje uma solução também gigante.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Sapucaia do Sul, nesta sexta-feira, para assinar a ordem de início das obras da BR-448, um dos projetos viários mais caros e ambiciosos que o Rio Grande do Sul já viu.
Serão R$ 824 milhões para a abertura de uma estrada de 22,3 quilômetros ligando a rodovia Sapucaia-Viamão (RS-118), em Sapucaia, à BR-290, na Capital. A nova via correrá em paralelo à BR-116, hoje saturada por um volume de 130 mil veículos por dia. A previsão é que 40% desse fluxo migre para a Rodovia do Parque, desengessando a circulação na Região Metropolitana.
O gigantismo da obra explica o custo de R$ 36,7 milhões por quilômetro. A via será uma sucessão de 15 obras de porte, como viadutos, pontes e túneis. Junto ao Parque Delta do Jacuí, por exemplo, a BR-448 terá um trecho elevado de 2,6 quilômetros – será uma espécie de viaduto baixo, sobre pilares, para não interferir com o parque, zona de restrição ambiental. Essa elevada será seguida por uma ponte de cerca de um quilômetro, que vai subir até 25 metros acima do nível do Rio Gravataí, para permitir a navegação.
As desapropriações serão um capítulo à parte. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) terá de indenizar 149 proprietários de um total de 303 hectares no traçado da rodovia – o que corresponde a oito vezes a área do Parque Farroupilha, em Porto Alegre. A maior parte é de propriedades rurais, em geral lavouras de arroz à margem do Rio dos Sinos. Mas há também construções no caminho. Precisarão ser desapropriados 71,38 mil metros quadrados de área construída – incluindo residências, comércio e indústria. O Dnit não informa qual a estimativa de gasto com as desapropriações, para não atrapalhar a negociação.
Os moradores que vivem em invasões no traçado da nova estrada representarão outro custo. Nesse caso, a despesa será com o reassentamento, e não com indenizações. Durante o projeto da obra, foram identificadas 444 famílias – 16 em Sapucaia do Sul, 14 em Esteio e 414 em Canoas. No atual estágio, porém, apenas em Canoas a prefeitura cadastrou 560 famílias que deverão ser removidas. O município prevê um investimento de R$ 20 milhões para transferi-las.
Em Canoas, os moradores que serão reassentados estão distribuídos em comunidades ao lado do Rio dos Sinos. A maior delas é conhecida como Dique do Rio Branco e comporta 200 famílias. A prefeitura está firmando um convênio com o Dnit para transferir esses moradores para novos loteamentos. A meta é fazer a transferência em um ano.
Na cerimônia marcada para a manhã desta sexta-feira, no km zero da nova via, junto à confluência entre a RS-118 e a BR-116, o presidente Lula assinará os contratos com os três consórcios que farão a obra, cada um deles responsável por um lote. Segundo o superintendente do Dnit no Estado, Vladimir Casa, isso não significa que no dia seguinte a população já verá máquinas trabalhando:
– As empresas precisam se mobilizar e montar os canteiros de obras.
A previsão do Dnit é que o pesadelo da BR-116 tenha fim dentro de dois anos e meio, com a nova rodovia.
ZERO HORA
ZERO HORA
Um comentário:
Tudo muito bonito mas vamso ver acontecer...
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