segunda-feira, 8 de março de 2010

São Paulo: Motorista que dirigiu na contramão diz à polícia não lembrar de nada até acidente

Casal morreu após colisão com veículo na Raposo Tavares.
Filha de 12 anos está internada em hospital de SP, mas passa bem.
O técnico de manutenção de máquinas de 31 anos que dirigiu por mais de 20 km na contramão da Rodovia Raposo Tavares, na madrugada desta segunda-feira (8), disse em depoimento informal à polícia que não se lembra de nada até a colisão com outro veículo, ocorrida na altura do km 22, em Cotia, na Grande São Paulo. Um casal que estava no veículo atingido morreu no acidente. A filha de 12 anos ficou ferida. Ela passa bem, segundo a família.
“Ele não se lembra nem de ter transitado pela Raposo Tavares”, afirmou o delegado Alexandre Miguel Palermo, do 2º Distrito Policial de Cotia. Palermo esteve com o técnico no Hospital Regional de Osasco, na Grande São Paulo, onde ele está internado. O delegado disse que o homem não soube informar o que estava fazendo na região de Cotia, mas se recorda do momento da colisão com o veículo da família. “Ele lembra do acidente, perguntou como estavam as vítimas e eu falei que o casal tinha morrido”, contou Palermo. Segundo ele, o técnico pareceu transtornado com a informação.
O delegado afirmou ainda que o homem admitiu ter ingerido "um pouco" de bebida alcoólica, mas disse não tomar medicamentos.
O delegado trabalha com a hipótese de o homem ter entrado na contramão da rodovia na altura do km 44. Segundo testemunhas, ele transitava na pista sentido interior, na faixa da esquerda (de quem seguia no sentido correto), em alta velocidade e linha reta. Há uma praça de pedágio no km 45. Serão verificadas as imagens da praça.
Ele passou por um posto da Polícia Rodoviária Estadual na altura do km 35 e as equipes que transitavam na rodovia foram acionadas via rádio. No km 28, ele quase colidiu com um Meriva preto. O motorista conseguiu desviar e bateu na mureta de proteção da pista. A colisão com o veículo da família ocorreu na altura do km 22. Segundo informações preliminares, o carro do casal que morreu transitava atrás de um caminhão, que conseguiu desviar do automóvel na contramão.
O cabo Roberto Júnior, da polícia rodoviária, estava em um dos carros que perseguiram o veículo. Na altura do km 26, a equipe chegou a passar pelo automóvel, mas não conseguiu interceptá-lo. “Ele passou por mim em alta velocidade”, informou. O acidente ocorreu logo depois, por volta das 4h desta segunda-feira (8). Os policiais rodoviários quebraram o vidro traseiro do automóvel da família com um extintor e conseguiram tirar a menina de 12 anos. Mas, quando voltaram, o carro havia pegado fogo. O casal morreu. A adolescente está internada no Hospital Universitário, na Zona Oeste de São Paulo.
Interrogatório
O técnico em manutenção de máquinas deve receber alta do hospital ainda na tarde desta segunda. O airbag do carro evitou que ele sofresse ferimentos mais graves. O homem teve uma fratura na mão esquerda e escoriações pelo corpo. Depois da alta, ele será levado pelos policiais que fazem sua escolta até a delegacia, onde prestará o depoimento oficial.
Palermo diz que o motorista ficará preso e responderá por homicídio com dolo eventual, que é quando a pessoa assume o risco de matar, por ter dirigido mais de 20 km na contramão. Após o depoimento, ele será levado para a Cadeia de Cotia, onde aguardará uma vaga em um centro de detenção provisória. Segundo o delegado, o motorista é morador do Butantã, Zona Oeste de São Paulo.
Do G1, em Cotia

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