A versão divulgada pelo juiz de direito Benedito da Conceição dos Anjos, acusado de fazer uma manobra proibida que resultou na morte do empresário Anderson Jorge dos Santos, 31 anos, revoltou familiares e amigos da vítima. No sábado (17), o juiz disse que agiu corretamente, e que tudo leva a crer que a moto “estava em alta velocidade”.
O carro que Benedito conduzia, uma caminhonete Toyota Hillux, chocou-se, sexta-feira, contra a moto do empresário no CAB, bem em frente à sede do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), onde o magistrado coordena o Núcleo de Conciliação de Precatórios. Segundo testemunhas, Benedito tentava cortar caminho na contramão até o estacionamento do tribunal. “O que ele está dizendo é totalmente incoerente. Pra chegar ao estacionamento do tribunal da forma correta, o condutor tem que pegar o segundo retorno. Pegando o primeiro, o carro fica perpendicular à pista e fecha quase toda a via”, disparou o irmão de Anderson, Roberto César Lima.
O retorno que o juiz utilizou no momento do acidente foi fechado no sábado (17). A Transalvador, no entanto, nega que tenha bloqueado a pista e não sabe apontar o órgão que realizou a ação.
O grupo de motociclistas Bombas do Asfalto, do qual Anderson fazia parte, perdeu um dos seus mais virtuosos membros. Por ironia, num acidente de trânsito em que não foi o autor da manobra arriscada. Tido como condutor prudente, Anderson deixou mulher e filha de 6 anos.
Os colegas do grupo voltaram ontem (17) ao local do acidente e foram categóricos em afirmar que a manobra que o juiz fez é proibida. “Ele (Benedito) diz que o Anderson estava em alta velocidade porque não foi um parente dele que morreu”, atacou o amigo André Neves.
As marcas que ficaram no asfalto indicam que Anderson tentou frear de forma brusca. Na batida, o capacete utilizado por ele rachou ao meio e seu rosto ficou desfigurado. Anderson morreu na hora. Os Bombas prometem fazer um protesto defronte ao prédio do TJ-BA na próxima sexta- feira.
Familiares temem que cargo de juiz atrapalhe processo
O ronco do motor de uma moto Suzuki quebrou o silêncio no Cemitério Campo Santo, ontemà tarde. O grupo Bombas do Asfalto fazia a sua última homenagem a Anderson, um dos seus fundadores.
Em meio à comoção do enterro, havia muita revolta. Com receio de que o cargo que Benedito da Conceição ocupa influencie no decorrer do caso, familiares e amigos do motociclista cobraram que o magistrado seja enquadrado nos rigores da lei, como qualquer cidadão comum.
Apesar de o caso ter sido registrado na 11ª Delegacia (Tancredo Neves) como homicídio culposo, os parentes temem que o juiz saia impune, já que seu cargo lhe dá direito a foro privilegiado, o que faz com que o inquérito tramite no próprio Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), onde Conceição é coordenador do Núcleo de Conciliação de Precatórios. “Tememos que, por corporativismo, minimizemo que esse juiz fez. Neste país manda quemtem o poder. Mas vamos fazer de tudo para provar o contrário”, disse o irmão de Anderson, Roberto César Lima.
(Jornal O Correio)
Um comentário:
Será que hoje em dia as pessoas só estudam, só se formam em alguma coisa para poder tirar vantagem da lei quando fazem algo de errado? Se fosse o contrário, se Anderson estivesse conduzindo o veículo e o juíz a moto? Desde o dia 16?10 qdo aconteceu o acidente Ander já estaria como: "PRESO, É CLARO"
Postar um comentário