O barulho da caixa registradora da Salvador Estofados e dos carros da Avenida Barros Reis foram confundidos, na manhã de quarta-feira (30), com o som dos tiros disparados por dois homens após uma briga de trânsito. Na entrada da 1ª Travessa 10 de novembro, às 10h30, após ter seu carro atingido por uma moto Titan Preta, um homem não identificado desceu do veículo e efetuou diversos disparos contra o motociclista, que também abriu fogo.
Os autores dos disparos fugiram rumo à Rótula do Abacaxi, a moto foi deixada para trás e dois universitários foram atingidos. Três dias após completar seu 19º aniversário, o estudante do segundo semestre de informática da Ucsal Bruno Vitor Lucena Barreto tomou dois tiros no abdomen quando estava sentado na estofaria do seu pai, Salvador Sampaio, que fica na entrada da rua. Bruno havia ido para a frente do estabelecimento quando percebeu a batida, mas acabou sendo alvo das balas perdidas.
Ao ver o filho atingido, o pai do jovem parou um táxi e o levou para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde foi submetido a uma cirurgia que durou cinco horas. No final da tarde de quarta-feira (30), familiares informaram que o estado de saúde dele é grave.
Outro universitário saía de casa quando foi baleado. Aluno do último semestre de publicidade da FIB, Wellington Santos Bonfim, 28 anos, foi alvejado de raspão nos punhos. “Estava no carro parado na frente da rua para entrar na avenida, quando vi um homem descer armado do carro. Ouvi uma voz pedindo para me proteger. Só tive a reação de cruzar os braços na frente do volante e abaixar a cabeça. Assim que fiz isso, ouvi o barulho do tiro e meus braços sangrando”. O jovem, que mora na rua 10 de novembro desde a infância, foi encaminhado para o Hospital Ernesto Simões, onde foi medicado e liberado no início da tarde. A tia de Bruno, Rute Barreto de Andrade, dona de um supermercado na mesma rua, relembra o pânico. “Foram muitos tiros, pensamos que era uma guerra. Quando pararam de atirar, percebi que meu sobrinho tinha sido atingido”.
Ambulantes que estavam em frente ao supermercado Atakadão destacaram a rapidez da ação. “Quando vi que tinha uma batida, tentei chegar perto, mas na hora que ia atravessar a rua, ouvi os disparos. Me abaixei para não morrer”, relembra o vendedor que não quis se identificar. Dentro do supermercado, os clientes entraram em pânico. “Quando ouvi os tiros, pensei que era assalto no supermercado. Fui parar na câmara frigorífica”, contou um comerciante.
O delegado Miguel Francisco Lapate Cicerelli, titular da 2ª Delegacia (Liberdade), acredita que o confronto tenha sido motivado exclusivamente por uma briga de trânsito. “Não há indícios que indiquem que eles estivessem em perseguição ou que já se conheciam”. Ele disse ainda que o motociclista é policial. Ele foi identificado pelo chassis da moto, já que ela estava sem placa.
(Jornal O Correio)
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