Há alguns anos, nosso país acordou para um problema que, segundo números oficiais, mata 35 mil pessoas por ano no Brasil e mais de um milhão no mundo: os acidentes de trânsito. Na verdade, estima-se que esse número é bem maior, pois nesse cálculo estão somente contabilizados os óbitos no local do acidente. Conforme o pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do RS, Mauro Panitz, as mortes de trânsito no Brasil, por exemplo, chegam a 80 mil, o que significa quase 220 por dia.
Muitas iniciativas passaram a ser tomadas com o objetivo de mudar essa situação. O uso do cinto de segurança e do capacete se tornou obrigatório, a fiscalização sem dúvida é bem maior hoje do que alguns anos, nossas cidades estão equipadas com controladores de velocidade em locais que representam maior vulnerabilidade a acidentes. Em 2008, foi sancionada a lei que aumentou o rigor, suspensão da carteira por um ano e multa, para quem for flagrado dirigindo sob uso de bebida alcoólica. Recentemente, em 2009, a Câmara aprovou projeto que classifica o “air-bag” dianteiro como item de serie nos veículos novos para uso em território nacional.
Mas aliada às medidas que são tomadas pelos órgãos responsáveis está a responsabilidade do motorista no uso consciente do espaço público e na adoção de hábitos preventivos. Por enquanto, o que vemos hoje nas ruas do nosso país é um festival de “buzinaços”, “fechadas”, falta de respeito à sinalização, que por sua vez ocasiona os acidentes.
Detendo-se aos dados, é espantoso ver como vidas são perdidas por falta de hábitos tão simples, como a falta do uso do capacete por motociclistas e do cinto de segurança em veículos. Dados da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia mostram 56% dos condutores não utilizam o cinto. A utilização do cinto de segurança no banco traseiro é praticamente nula: 97% dos adultos e 80% das crianças não usam esse mecanismo de prevenção obrigatório, que, de acordo com especialistas em segurança do trânsito, reduz em 50% as mortes.
As inconseqüências no trânsito se tornaram um grande problema de saúde pública em nosso país, onde são gastos cerca de R$ 28 bilhões por ano. Está mais do que na hora de o assunto - segurança no trânsito – estar prioritariamente, assim como outras áreas essenciais, na agenda política e social do nosso país. Temos condições, agindo como atores dessa mudança a partir de pequenos hábitos preventivos, de reduzirmos os índices de acidentes no trânsito, evitando que brasileiros prematuramente continuem perdendo suas vidas.
Deputado Federal Paulo Pimenta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário