Apenas neste ano, 89 pessoas morreram no trecho entre Navegantes e Pouso Redondo
Andressa Theis, Valdir Ferrari, Ademir Camargo, Wilson Ponciano. A lista de nomes é extensa. A quantidade de entes queridos, amigos e familiares deixados para trás, ainda maior. Em 10 anos, mil vidas se perderam nas curvas e retas da BR-470, no Vale do Itajaí.
A marca histórica trágica foi alcançada quinta-feira à noite, com a morte do motociclista Edivaldo Schwartz, 24 anos, em Lontras. Mais do que um número, a milésima morte representa a necessidade imediata de mudanças estruturais e culturais na rodovia, que mata mais pessoas no Vale do Itajaí do que a Aids, o câncer de pulmão, os fenômenos climáticos e a violência urbana.
A contagem de mortes na BR-470, pelo menos no primeiro trecho da rodovia, entre Navegantes e Indaial, pode desacelerar nos próximos anos, com a conclusão da duplicação no trecho de 74 quilômetros.
Hoje, apesar de ser somente 5% da quantidade total de acidentes, as colisões frontais na BR respondem por mais da metade das mortes. Acidentes que devem ser evitados com a expansão da pista e a separação física entre os automóveis que trafegam em sentidos diferentes.
A previsão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é que as obras de duplicação iniciem em março do ano que vem e estejam concluídas em dezembro de 2011.
Atualmente, as três etapas preliminares — estudos de impacto ambiental e de viabilidade e projeto executivo — estão em andamento e devem ser finalizadas mês que vem.
A duplicação, porém, não é a solução definitiva para diminuir a violência na BR-470. O alerta vem da própria Polícia Rodoviária Federal (PRF), que destaca: hoje, o que mais mata não é a rodovia, mas, sim, a imprudência dos motoristas.
— Temos que conscientizar as pessoas a andarem mais devagar e respeitar as regras da rodovia. Esse é o discurso que temos que fazer, independente da BR-470 ser duplicada ou não — diz o inspetor chefe da 4ª Delegacia da PRF, Manoel Fernandes Bitencourt.
Somente neste ano, 89 pessoas morreram na BR-470, no trecho entre Navegantes e Pouso Redondo. A maioria das mortes (52%) ocorreu devido a colisões frontais.
Obras de revitalização custaram R$ 30 milhões
O Dnit prevê que, no máximo até dia 15 de dezembro, a BR-470 não tenha mais nenhuma obra que possa atrapalhar o trânsito. Em Rio do Sul, a recuperação da ponte sobre o Rio Hercílio mantém o fluxo de veículos em meia-pista.
No trecho entre Blumenau e Indaial, houve obras de recapeamento do asfalto que foram finalizadas no final de semana.
O programa de revitalização da 470 é resultado de um investimento de R$ 30 milhões.
(Diário Catarinense - Rafael Waltrick rafael.waltrick@santa.com.br )
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