quarta-feira, 28 de abril de 2010

Paraná: Famílias de jovens que morreram em acidente prometem fechar o trânsito no Mossunguê

Um culto ecumênico vai lembrar o primeiro ano do acidente, que envolveu o ex-deputado Carli Filho, será realizado no dia 7 de maio
A família de Gilmar Rafael Yared, que morreu em um acidente de carro provocado pelo ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, vai organizar uma manifestação para marcar o primeiro ano da morte do rapaz. Um culto ecumênico será realizado no local do acidente, no cruzamento da Avenida Monsenhor Ivo Zanlorenzi com a Rua Paulo Gorski, no bairro Mossunguê, em Curitiba, dia 7 de maio, a partir das 20 horas.
Segundo Cristiane Yared, mãe do rapaz, o evento vai contar com a participação de um padre, um pastor e dois cantores. “Vamos cantar e orar juntos porque não queremos que a data passe em branco. Vamos pedir por mais segurança, blitze e radares que funcionem”, conta. A família vai fazer um apelo para que as imagens registradas pelos radares no momento do acidente sejam encontradas. Também a família de Carlos Murilo de Almeida, outro jovem que morreu no acidente, deve participar do ato.
Cristiane convida as pessoas que já passaram por uma situação parecida a levarem fotos e camisetas para a manifestação. “Queremos aproveitar a celebração para pedir o fim da impunidade”, garante.
O acidente
O acidente envolvendo o ex-deputado aconteceu na madrugada do dia 7 de maio do ano passado. Carli Filho dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Os ocupantes do Fit, Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, morreram na hora.
O caso ganhou repercussão nacional após a Gazeta do Povo revelar que Carli Filho tinha 130 pontos na carteira de habilitação e do exame do Instituto Médico Legal(IML) informar que ele conduzia o veículo em estado de embriaguez. O acidente expôs um histórico de multas de políticos e de 68 mil cidadãos que dirigiam com a carteira de habilitação suspensa.
No dia 29 de maio do ano passado, Carli Filho renunciou ao cargo de deputado estadual. O pedido oficial da renúncia foi encaminhado ao presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM), e Carli Filho perdeu o foro privilegiado. O ex-deputado prestou depoimento à polícia no apart hotel onde estava hospedado em São Paulo no dia 9 de junho. Ele disse não se lembrar de nada do acidente.
Após três pedidos de prorrogação de prazo, o delegado Armando Braga de Moraes concluiu o inquérito e indiciou Carli Filho por duplo homicídio com dolo eventual no dia 11 de agosto de 2009.
Julgamento
No início de março deste ano, a Justiça começou a ouvir as testemunhas de defesa e acusação. A previsão é de que Carli Filho seja interrogado em junho deste ano, mais de um ano depois do acidente. Somente depois de ter acesso a todos os depoimentos é que o juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, decidirá se o ex-deputado irá ou não a Júri Popular.
Gazeta do Povo

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