quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Acidente evidencia deficiências na BR-116



A carreta que ficou quase 24 horas tombada e praticamente paralisou o trânsito na BR-116 na segunda-feira escancarou as deficiências na retirada de veículos acidentados.

Os congestionamentos quilométricos foram consequência de uma sucessão de desencontros entre autoridades, além de burocracia, falta de investimentos em equipamentos e da indefinição de responsabilidades.

O problema começou com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Como houve feridos, a legislação brasileira de trânsito determina que o órgão estadual seja o responsável pelo serviço. Só que a empresa de guincho credenciada não tinha condições técnicas de superar um obstáculo ecológico: por orientação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o caminhão só poderia ser removido após o transbordo de 15 mil litros de resina para cola. Parte da carga havia vazado na pista.

Frente à dificuldade, a Polícia Rodoviária Federal precisou partir para um plano B. Ela teve de pedir para que a transportadora dona do caminhão, Liquexpress, retirasse o veículo da pista. Isso tornou o processo ainda mais complicado, porque os proprietários acionaram a seguradora. A empresa só conseguiu começar o processo 12 horas após o acidente.

– A seguradora apareceu às 10h, mas só começaram a retirar o material às 15h. Como era uma substância muito viscosa, só terminaram o serviço no outro dia. Ela não pode ser multada, no entanto, porque a responsabilidade de retirar era do Estado – sustenta o chefe do setor de Comunicação Social da PRF, Alessandro Castro.

Zero Hora procurou, ontem à noite, conversar com o Detran e com a empresa proprietária do caminhão, mas não conseguiu contato.

A situação poderia ter sido diferente caso a BR-116 contasse com uma equipe de socorro e remoção, de forma semelhante ao que ocorre na freeway. Um projeto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) de reformulação da rodovia prevê a contratação de uma empresa para a tarefa. A previsão é de que a proposta vire realidade só em 2011. (Zero Hora)

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