segunda-feira, 22 de março de 2010

Rio Grande do Sul: Mais da metade dos motoristas admite beber e dirigir em Porto Alegre, diz pesquisa

Para os pesquisadores da UFRGS, a explicação pode estar na fiscalização deficiente
Indiferente aos rigores da Lei Seca e aos apelos das campanhas de conscientização, mais da metade dos motoristas que bebem e frequentam bares em Porto Alegre admite voltar para casa dirigindo. Essa é uma das constatações de um trabalho inédito desenvolvido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trânsito e Álcool (Nepta) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lançado nesta segunda-feira, em Brasília.
Ao todo, segundo o psiquiatra e coordenador do estudo Flavio Pechansky, mais de 130 profissionais — entre professores, bolsistas e alunos de mestrado e doutorado — participaram do projeto, promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e transformado em livro.
Para esquadrinhar os efeitos do uso de álcool e de entorpecentes no trânsito, os pesquisadores percorreram rodovias, bares, corredores de hospitais e até salas do Departamento Médico Legal (DML). O resultado da empreitada mostrou que, apesar do endurecimento da legislação, a combinação entre bebida e direção continua representado uma ameaça entre os brasileiros. E os gaúchos não ficaram de fora.
Nos redutos da boemia porto-alegrense, as equipes lideradas pela psiquiatra Raquel De Boni abordaram 1.070 condutores que disseram ter bebido durante o happy hour. Destes, 51% admitiram que, apesar da opção, pretendiam assumir o volante — e arcar com os riscos de dirigir mesmo consumindo álcool.
O que chama atenção é que, paradoxalmente, 63% deles garantiram ser favoráveis à Lei Seca, lançada em 2008, e 43,8% destacaram ter mudado de comportamento devido às novas regras. A principal alteração apontada pelos porto-alegrenses foi a diminuição do consumo de álcool — o que na prática ainda é pouco, já que muitos continuam guiando, mesmo embriagados. A razão da discrepância? Para os pesquisadores da UFRGS, a explicação pode estar na fiscalização deficiente.
— Constatamos que apenas 9,2% dos entrevistados já haviam sido parados para fazer teste do bafômetro — explica Raquel.
Leia matéria completa na edição desta terça-feira de Zero Hora.

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