segunda-feira, 18 de março de 2013

Bebê sobrevivente de acidente foi salvo por voluntários e teve resgate rápido


Samuel Ribeiro, de apenas três meses, perdeu os pais e os avós paternos na colisão na BR-282

O bebê que perdeu os pais e os avós paternos em um acidente de trânsito na última sexta-feira, na BR-282, na Serra Catarinense, continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Seara do Bem, em Lages. 

Ele sofreu traumatismo craniano, está em coma induzido e respira com o auxílio de aparelhos. Ainda que estável, o seu estado de saúde é considerado grave. Ele só sobreviveu à tragédia porque desconhecidos se mobilizaram para salvá-lo e o resgate funcionou de maneira impecável. 

A médica pediatra Maria Cláudia Zanoni, diretora clínica do Hospital Infantil, explica que Samuel Ribeiro, de três meses de vida e morador de Braço do Trombudo, cidade de 3,5 mil habitantes localizada no Alto Vale do Itajaí, está sedado. 

Por isso, não é possível saber ainda como ele reagirá quando for acordado e quais as consequências do acidente em seu corpo. Não há prazo para ele sair do respirador e muito menos receber alta. Samuel também pode precisar de fisioterapia motora ou respiratória. Além do traumatismo craniano, o bebê não sofreu nenhuma outra fratura. 

A médica garante que Samuel só sobreviveu e tem boas chances de sair do hospital sem sequelas por dois motivos: o uso da cadeirinha, que o protegeu na batida; e o resgate rápido e eficiente por populares e socorristas. 

— Não fossem a cadeirinha e o socorro, o prognóstico (evolução do caso) poderia ser bem pior. Mas como ele foi e está sendo bem atendido, diminuem os riscos de sequelas neurológicas. 

Entre os que participaram do resgate do bebê está o publicitário Luciano Sousa Faial, de 37 anos. Morador de Lages, Luciano voltava de Florianópolis quando presenciou o exato momento da tragédia, por volta das 17h45min de sexta-feira, no Km 175 da BR-282, no município de Bocaina do Sul, distante 40 quilômetros de Lages. 

Luciano foi o primeiro a parar, sinalizou a pista com galhos de árvores para garantir segurança no local, controlou um princípio de incêndio no carro da família com um extintor e, ao ver brinquedos espalhados pelo chão e ouvir um gemido de respiração ofegante, teve certeza de que, entre os quatro adultos mortos, havia uma criança viva que precisava de ajuda urgente. 

Rapidamente, um batalhão de voluntários se mobilizou para desvirar o carro, que havia tombado com as rodas para cima, e resgatar o bebê que se afogava com o próprio sangue e estava na cadeirinha, preso entre as pernas da avó e o banco da frente no qual estava a mãe. 

— Na hora pensei no meu filho de oito anos e chorei. Cumpri meu dever de cidadão e fiz o que o meu coração mandou. Mas não sou nenhum herói, pois um monte de gente ajudou. Uma médica apareceu e o Samu chegou em cinco minutos. Fui aos velórios dos pais e dos avós do Samuel, mas também quero ir ao batizado dele, dia 27 de abril. E todo ano, no dia 15 de março, vou comprar um presente, pois foi neste dia que ele nasceu de novo.
DIÁRIO CATARINENSE

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