sábado, 26 de maio de 2012

Déficit de chuva no Estado está entre os mais altos do mundo

Há 210 dias, Rio Grande do Sul enfrenta escassez de precipitação

O Rio Grande do Sul está entre as áreas do planeta com maior déficit de chuva neste ano, segundo dados da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), o órgão oficial de climatologia do governo americano. A enorme escassez de chuva durante os últimos 30 dias fez com que o déficit de precipitação no Estado ficasse entre os mais altos do globo nas últimas quatro semanas com volumes até 150 mm abaixo da média histórica 1979-1995 utilizada pelo NOAA, o que explica o severo agravamento dos efeitos da estiagem neste mês de maio no território gaúcho.

Os dados do NOAA mostram ainda que o Oeste e o Noroeste do Rio Grande do Sul estão entre as poucas áreas do mundo que registraram menos de 40% da média histórica de chuva durante os últimos seis meses, ao lado de pontos do Nordeste do Brasil, África, Península Ibérica e da Groenlândia. Mapa com as anomalias de precipitação dos últimos meses no mundo produzido pelo NOAA e divulgado neste sábado pela MetSul mostra que as regiões da Terra com maior déficit de chuva nos últimos seis meses se concentram no Centro da África (Congo e Zâmbia) e na América do Sul, sobretudo no Sul e no Nordeste do Brasil.
A importante redução da chuva no Rio Grande do Sul que está prestes a completar sete meses, desde que iniciada a estiagem em novembro passado, determinou ainda que a anomalia de chuva fosse negativa também para os últimos 365 dias. 

O fato do Rio Grande do Sul estar entre as regiões com maior déficit de chuva no planeta durante os últimos meses não significa que o Estado está entre as áreas mais secas da Terra, esclarece o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall. Os dados levam em conta o desvio (positivo ou negativo) em relação à média histórica. Regiões desérticas como o Atacama (Norte do Chile) e Saara (Norte da África) seguem entre as mais secas do mundo. O mapa abaixo do NOAA revela quanto choveu no planeta nos últimos seis meses com bases em estações de superfície. Acumulados localmente mais altos, acima de 1500 a 2000 mm, acabam entrando na escala superior a 1200 mm do mapa.

Levantamento da MetSul mostra que o déficit de chuva em alguns ponto do Noroeste do Estado nos últimos sete meses ultrapassa a marca dos 500 mm com 210 dias de precipitação em níveis abaixo da média histórica. Com base em nossas análises históricas, é provável que em pontos do Noroeste gaúcho não haja precedentes nos últimos cem anos de período de chuva tão escassa entre novembro e maio do ano seguinte.
CORREIO DO POVO

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