quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Senado e o trânsito



O Senado, mergulhado em crise institucional e afrontando a Câmara e todos os especialistas em segurança no trânsito, acaba de aprovar projeto de lei que regulamenta a profissão de mototaxista, criando ameaça gigantesca à sociedade brasileira. São bem conhecidos os números oficiais do caos no trânsito nacional. Anualmente, mais de 37 mil mortos e 400 mil feridos, dos quais cerca de 100 mil apresentando deficiências permanentes. São cerca de quatro mil traumatismos raquimedulares por ano, que podem resultar em paraplegia e tetraplegia. Motos se acidentam sete vezes mais que outros veículos, com resultados sempre graves. Em 1996, ocorreram 726 mortes de motociclistas, 2,1% do total de óbitos no trânsito. O número vem crescendo e em 2005 foram 5.936 motociclistas mortos, ou 16,6% das mortes. As projeções indicam que cerca de 30% das mortes no trânsito envolverão motos este ano, respondendo 10 mil vítimas fatais. A mortalidade de motociclistas é a única que cresce. No interior, onde a atividade de mototáxi cresceu na ilegalidade, temos os maiores índices do País, chegando a 35 mortos por grupo de 100 mil habitantes ao ano, enquanto a média nacional é 18 mortos por 100 mil. O presidente Lula acaba de sancionar o projeto que permite a atividade de mototaxista. Com isso, podemos esperar cerca de 10 mil mortes adicionais no trânsito todos os anos, além de crescimento nos gastos com saúde pública e previdência social. Os custos com acidentes, hoje estimados pelo Ipea em 28 bilhões de reais, sofrerão significativo aumento e a conta será paga pela sociedade. (O Dia RJ – 31/07/09 Fernando Duarte L. Moreira - Médico especialista em medicina de tráfego e segurança no trânsito )

Um comentário:

ONG ALERTA disse...

Sempre é uma opção para trabalho mas um grande risco para vida das pessoas, precisamos de motoristas mais responsáveis, maior segurança pois neste caso ficam expostos ao perigo.