sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Carli Filho é denunciado na Justiça por duplo homicídio



O ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho foi denunciado à Justiça por duplo homicídio qualificado com dolo eventual por ter provocado o acidente que matou dois jovens no dia 7 de maio em Curitiba. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) protocolou a denúncia no final da tarde de quarta-feira (26). Ainda na manhã desta quinta-feira (27), o juiz Carlos Henrique Licheski Klein determinou o envio dos autos para distribuição a uma das duas Varas de Delitos de Trânsito do Tribunal do Júri de Curitiba.

Carli Filho foi denunciado ainda por dirigir embriagado e violar a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O documento foi assinado pelos promotores de Justiça Danuza Nadal e Marcelo Balzer Correia. Na denúncia, os promotores destacaram a alta velocidade em que o ex-deputado dirigia no momento do acidente. Laudos do Instituto de Criminalística (IC) apontaram que Carli Filho estava entre 161 km/h e 173 km/h, cerca de 188% superior a máxima permitida no local que é de 60 km/h.
Em razão do violento impacto, as duas vítimas sofreram politraumatismos. “Em 14 anos de atuação no Ministério Público do Paraná, sendo os últimos dois na Promotoria de Delitos Trânsito, este foi o caso de infração praticada no trânsito mais violento em que atuei”, afirmou Danuza.

Os promotores denunciaram o ex-parlamentar por homicídio qualificado, por entender que as vítimas não tiveram chance de defesa. Carli Filho havia sido indiciado pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) no inquérito policial que investigou o acidente. O delegado Armando Braga de Moraes, que comandou as investigações policiais, concluiu que o ex-deputado foi responsável pela colisão e que apesar de não ter a intenção de matar, assumiu o risco de provocar o acidente.

“Confio na Justiça e espero que a resposta penal seja repressiva e proporcional à gravidade do crime praticado. Também espero que seja educativa, para que o denunciado e outros motoristas adotem maior cautela ao dirigir e comecem a pensar o veículo somente como um meio de transporte e não como instrumento para ceifar vidas humanas", relatou a promotora.

O advogado Elias Mattar Assad, que representa a família de Gilmar Rafael Yared, uma das vítimas, disse que não pretende questionar nem ponto da denúncia. “A denúncia foi muito fiel aos fatos que ficaram provados no inquérito, é muito técnica. Isso prova que as instituições estão funcionado”, afirmou.

Procedimento
Segundo o MP, o juiz da Vara do Tribunal do Júri deverá determinar que os advogados de Carli Filho apresentem a defesa do acusado. A partir daí deverá ser marcada audiência com as testemunhas e o interrogatório do réu. Só então o juiz decidirá se o caso vai a júri popular ou não.

Caso Carli Filho seja condenado por todos os crimes que lhe foram imputados na denúncia, poderá receber pena mínima de 15 anos e máxima de 30 anos. Ainda poderá ter o direito de dirigir suspenso por prazo entre dois meses e cinco anos. Por se tratar de homicídio qualificado, crime considerado hediondo, caso ele seja condenado deverá cumprir pena inicialmente em regime fechado.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com o advogado Roberto Brzezinski Neto, que representa Carli Filho. O advogado informou que ainda está analisando o processo e só se pronunciará na próxima semana.

(Gazeta do Povo)

Um comentário:

ONG ALERTA disse...

Cada um tem seu tempo ele errou e deve consertar seu erro, ajudando quem precisa, fazendo boas ações a prendendo o que é estar vivo.