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Investigador que desvendou esquema quase foi vítima também, mas acabou desconfiando
Até mesmo policiais civis e militares caíram no golpe milionário do carro alugado, aplicado pelo estelionatário Luis Renato Pereira da Costa, 37, preso na segunda-feira. O investigador que descobriu o esquema, Ricardo Mendonça, 47 anos, também seria uma vítima do homem. Mas desconfiou do esquema depois que o acusado exigiu o pagamento de propina, que seria entregue a membros do governo.
Veja como funcionava o golpe
Luis Renato convencia as pessoas a comprarem carros e repassá-los a ele, dizendo que alugaria os veículos ao governo do Estado. Além disso, o proprietário do automóvel tinha de pagar a "merenda", uma espécie de adesão, que variava de R$ 2 mil a R$ 8 mil, dependendo do modelo do carro. Em contrapartida, o cliente ganharia até R$ 13 mil por mês, por carro. Tudo era feito sem recibo. Pelo menos 40 pessoas foram vítimas e o prejuízo total passa dos R$ 20 milhões.
Ricardo conta que já tinha até mesmo a aprovação da concessionária para comprar um Corolla. "Teve policial da ativa que até emprestou dinheiro ao acusado. Desconfiei porque a vantagem era boa demais. Em 7 meses, conseguiria pagar o carro, só com o aluguel. Tenho 20 anos de polícia e nunca havia visto nada igual a isso", explicou.
Ganância
Para aplicar o golpe, não havia seleção da vítima. "Qualquer um que chegasse ele aceitava. Foi a ganância das vítimas que as levaram a cair no golpe. Todo negócio lucrativo é perigoso. E elas escaparam de também serem presas porque não foi feito nenhum flagrante. Senão, todas poderiam ser autuadas por corrupção passiva", ressaltou Ricardo.
O golpista Luis Renato esteve preso por furto, no ano passado, em Campos, no Rio de Janeiro. Já em Araruama, também no Rio, foi detido por estelionato. A polícia investiga a possibilidade de haver mais pessoas no esquema. O delegado Gilson Gomes já começou a investigar as contas bancárias de suspeitos. Ontem, outros 40 veículos foram recuperados. Mais 15 vítimas prestaram depoimento na delegacia.
Camarote para impressionar vítimas
Preso por ter aplicado o golpe do carro alugado e lesado mais de 40 pessoas no Espírito Santo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, Luis Renato Pereira da Costa, 37 anos, chegou a fechar um camarote em uma boate, em Guarapari, no final de semana passado, para oferecer a seus "clientes" uma gratificação.
Para o delegado Gilson Gomes, da Delagacia de Defraudações e Falsificações (Defa), essa foi a forma encontrada pelo acusado de esbanjar luxo e poder. "O que banca o estelionato é a ganância das vítimas, que buscam dinheiro fácil e que gostam de ser paparicadas. São pessoas cegas e a ambição as leva a cair nesse tipo de golpe", destacou.
Já o investigador Ricardo Mendonça, que descobriu todo o esquema, disse que chegou a ir à boate para garantir que o suspeito não fugisse do Estado. "Recebemos informações de que ele fugiria para Brasília, ou até mesmo para outro lugar. Então fomos acompanhar de perto"
Anny Giacomin
agiacomin@redegazeta.com.br
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