Às 23h, Freitas, que dirigia uma moto pela rua Angélica Jardim, no bairro Castro Alves, em frente à Marfe Entulhos, e Pablo Conde de Ornelas, 23 anos, condutor de um Clio, colidiram de frente. O Samu foi chamado, mas constatou a morte no local.
Nenhum dos motoristas tinha carteira de habilitação para o tipo de veículo que estavam conduzindo. Ornelas tem carteira para moto, mas estava vencida há 30 dias. Ele não prestou socorro, fugiu do local e se apresentou posteriormente à Polícia Civil, onde realizou o teste do bafômetro e deu zero. O Instituto Geral de Perícias de Santana do Livramento foi acionado para realizar o levantamento do local e veículos envolvidos. De acordo com o atestado de óbito, a causa da morte foi politraumatismo craniano e toráxico.
A forma como aconteceu a colisão ainda não foi bem esclarecida, pois só há o depoimento do acusado. Conforme o delegado Alcindo Martins, não foram encontradas testemunhas oculares do fato até o momento.
A vítima
Os irmãos da vítima, Valandro e Denilson de Freitas, sofriam a morte do irmão e questionavam-se como seria a vida da mãe de agora em diante. Ela, uma senhora de 68 anos, morava com Freitas, que era responsável por cuidá-la e ajudar no sustento. “Desde criança ele morava em casa, nossa mãe está liquidada”, lamenta Denilson.
Valandro conta que Maurício estava com amigos e voltava para casa. Duas quadras antes do local do acidente, deixou uma amiga em sua residência. “Assim que me ligaram para avisar, fui para lá, onde fiquei até as 4h quando a perícia terminou seu trabalho. Enquanto estava lá, algumas pessoas me contaram que o motorista do carro estaria disputando um racha com um Chevette branco. Acredito que a batida tenha sido muito forte, pois o capacete estava longe, meu irmão ficou com todos os dentes quebrados e diversos ossos do corpo no mesmo estado”, desabafa.
Maurício era solteiro e deixa um filho de 19 anos. Ele foi sepultado às 21h30min de segunda-feira no Cemitério São José de Arimateia.
A versão do acusado
O advogado Roni Silveira acompanhou Ornelas na Polícia Civil logo após o acidente. Segundo ele, seu cliente conta que estava indo em direção à rua Emílio Guilain e que o motociclista estava com os faróis apagados e teria invadido a contramão. “Quando ele enxergou, ainda tentou desviar, mas acabou colidindo de uma maneira brusca. A moto passou por cima do carro do meu cliente”, defende Silveira.
Ainda segundo o advogado de defesa, o acusado não prestou socorro, pois teria visto que Freitas estava morto, então foi para casa do pai pedir ajuda sobre o que ele deveria fazer, pois estava muito nervoso. Ornelas estaria de cinto de segurança e não sofreu nenhum machucado.
Via perigosa
Em julho de 2012 ,outro acidente fatal aconteceu na mesma rua, há poucos metros do acidente de domingo. Na época, Paulo Jader Dutra foi atropelado e faleceu na hora. Ainda que a imprudência seja o principal fator dos acidentes de trânsito no município, a rua Angélica Jardim tem diversos problemas, tanto para motoristas, quanto para pedestres. Inúmeros buracos, falta de sinalização e, sobretudo, ausência de calçadas para os pedestres.
FRANCISCO DE ASSIS
Jornal Minuano |
Com condições de segurança precárias, como falta de calçadas, Angélica Jardim já foi local de dois acidentes fatais em menos de um ano |
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